Sempre fui apaixonada por livros.
Lembro-me que, aos nove anos de idade, me encantei com a leitura da obra de
Maria Heloísa Penteado, “No Reino Perdido do Beleléu”. Fiquei tão fascinada com
a arte de colocar um mundo inteiro em páginas repletas de palavras que a paixão
virou um vício. Então, passei a devorar tudo o que podia ser lido, desde bulas
de remédios e listas telefônicas até obras que não condiziam com a minha idade.
Mas não importava, eu queria ler, conhecer, aprender, viajar em mundos mágicos
e diferentes. Contudo, nunca me achei capaz de montar algo digno. Sendo assim,
deixei o sonho nas mãos dos profissionais capacitados e me conformei em apenas
ser uma louca admiradora da literatura.
Aos doze anos, passei a me
expressar e dar completa dedicação à outra forma de arte, a música. Estudei
piano, violão clássico, contrabaixo e canto com a maestrina Lourdes Navarro –
USP. – A música se tornou a segunda paixão. Entre Verdi, Mozart, Ray Conniff,
Richard Clayderman, fui descobrindo novos horizontes e cheguei em Pink Floyd,
Amy Lee e Carlos Santana, admirando-os.
A pintura foi outra atração que me
assolou. Dar vida a uma imagem com um simples – porém, complicado – jogo de
cores era como entrar em plena apoteose, uma experiência divina. Rembrandt,
Degas e Tarsila do Amaral, em seus diferentes estilos, me conquistaram logo de
cara. Entretanto, como qualquer adolescente frenética com os hormônios em
polvorosa, a dança se tornou a arte da vez. Contudo, por que apenas dançar, se
eu podia me arriscar? Isso mesmo, misturei a arte da dança com o risco total em
um esporte elegante, a patinação artística. Parece loucura, eu sei. Mas era
mágico poder me expressar por meio de movimentos corporais em giros e
corrupios, saltos duplos e figuras obrigatórias, desenvolvidos com um fundo
musical de bom gosto e trajando ricos vestidos. Sim, era um sonho... Um sonho
que foi desfeito por uma lesão no joelho.
E o que me restou? Retornar às
leituras... E à música. Entre uma arte e outra, veio o namoro. Sim, eu amei
intensamente, vivi momentos de sonhos e, de repente, estava diante do meu príncipe
encantado. Conheci todos os mocinhos que tanto admirava dos livros em um único
homem. E outro sonho foi interrompido com a morte... Não! Claro que não morri –
ou não estaria aqui, obviamente. – Bem, o triste é continuar viva enquanto um
grande amor se vai... O bom é que o mundo dá voltas, e foi nessas voltas da
vida que encontrei meu delicioso e sedutor vilão italiano. Com ele, tive duas
filhas maravilhosas. Mas não era amor, por isso acabou. Porém, a Europa é um
continente repleto de homens fascinantes... Conheci um grego, um espanhol, um
inglês... E outro italiano. Até que minha aventura romântica retornou ao
Brasil. Foi quando conheci a versão gripada de Dean Cain e me apaixonei. Dessa
paixão surgiu o Juninho – pequeninas, aguardem, estou criando uma versão humana
de Edward, cavalheiro, educado, romântico e atencioso. Ok, ele também é
possessivo e dominador.
Vanessa Araujo se tornou mãe,
esposa, dona de casa, empresária, artesã, pintora, musicista e leitora ávida em
tempo integral. Falando sério, minha maior e melhor carreira, aquela a qual me
dedicava de corpo e alma, era ser mãe. Então, aprendi a jogar vôlei, basquete,
Nitendo Wii, Playstation – adoro Resident Evil, Final Fantasy, Príncipe da
Pérsia e, pasmem, Burnout. – Ah, também aprendi a cozinhar, uma arte que pode
parecer singela, mas que exige concentração e talento enormes. Foi na culinária
que encontrei um suposto destino rentável. Passei a fazer arte com chocolates.
Imagem imensas cascatas de cacau, árvores de bombons, trufas temáticas e até
cupcakes e pães de mel recheados e esculpidos conforme pedia a ocasião... A
nova arte passou a ser uma atividade lucrativa – beeeeem lucrativa!
E os livros? Bem, os livros
continuavam nas minhas estantes, como paixão constante e infinda. O melhor de
tudo era ver as estórias dessas obras expostas nas telas de cinema. A sétima
arte é mesmo encantadora... Até que um grande sucesso estourou no mundo. Foi
quando me perguntei: O que é Crepúsculo? Ora, e não é que a família Cullen me
conquistou de vez? Até então, os únicos sobrenaturais que adornavam minhas
estantes eram os voltados para a mitologia grega – sim, Rick Riordan me
fascinou assim que o primeiro volume de Percy Jackson foi lançado no Brasil. –
E, de repente, lá estava eu nas livrarias comprando tudo o que era título de
anjos e vampiros. Enquanto os lia, uma ideia assombrava minha mente. Sim, era
hora de deixar os instrumentos e os pincéis de lado, esquecer a culinária e me
aventurar em uma nova jornada: a literatura.
O que escrever? Como escrever? Sobre
quem escrever?
Minha vida foi uma aventura desde
que saí do útero da minha mãe. Por que não colocar a realidade na ficção? Dando
uma de profeta do apocalipse – completamente envolvida com os temas teológicos
– decidi colocar alguns anjinhos na minha invenção. Uma verdade com um toque
sobrenatural. Não era perfeito, mas era meu. Nada mais que uma homenagem ao
homem da minha vida. E a heroína? Tudo o que eu gostaria de ser, uma ruiva de
olhos verdes completamente insana, do tipo que não levava desaforos para casa –
ops! Essa parte é exatamente o que sou... – Foi assim que surgiu Arelli. Mas as
coisas se complicaram quando o livro já estava na metade. Minha princesinha
linda, uma sobrinha que praticamente ajudei a criar como se fosse minha filha,
encontrou o ceifador da morte e seguiu seu destino triste. Com apenas oito
meses de vida, minha pequenina Jen deu adeus a todos, deixando imensas
saudades... E, para aliviar o tormento que essa dor causou, optei por eternizá-la
em um dos meus livros. Depois disso, nunca mais parei de escrever.
Atualmente, tenho trinta e seis
anos, sou mãe de três filhos originais de fábrica – e mais três adotados com
todo o carinho do meu coração –, tenho mais de cem títulos de minha autoria,
ainda sou loucamente apaixonada pelo homem que a morte tirou de mim e cometi
muitos erros na vida. Contudo, estou aqui, tentando consertá-los.
Sou uma escritora? Não diria
isso... Sou uma sonhadora que coloca suas viagens fictícias no papel. Se ser
escritora é se vender e mostrar um falso sucesso, aprendi minha lição e não
desejo mais isso. Então, não. Obrigada, mas... Não. Prefiro ser o que sou, uma
contadora de estórias, uma artista não reconhecida, uma criadora de sonhos.
Essa sou eu, Vanessa Araujo, a tão
odiada autora que assumiu os pseudônimos de Catherine Parthenie, Alicia Judah e
Nicole Weiss. Sou a Nessie Araujo. Eu escrevo, e sou feliz assim.
Sejam bem vindos ao blog e a um
pouco da minha vida e da minha carreira.
Vanessa Araújo, por favor pelo amor de DEUS estou louca atras da serie filhos do pecado ja li os três primeiros volumes necessito ler os restantes, como faço para comprar não encontro em lugar algum.
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